Já não sabemos o que sintonizar...
No ar, as ondas das emissoras abertas de rádio e televisão infectam a
já tão contaminada atmosfera, com notícias confusas, de pessoas
confusas, sobre confusões. No ar que se respira é possível, em meio ao
chiado e chuvisco das metrópoles, sintonizar a promoção do ódio,
intolerância racial, e um espectro que incita a volta de governos
totalitários. O ar está poluído e a era digital ainda é um horizonte
distante, e por hora é essencialmente burguês.
A internet revolucionou a distância entre os distantes, à distancia, mas o que achamos que seria uma marco renovador e reestruturante, sucumbiu ao capital como já o era. E o seu uso pelos 'desfavorecidos' foi peculiarmente selecionado e acabou restrito às também manipuladas redes sociais. Que selecionam e reordenam a 'programação' para promover ideias, conceitos, valores, e principalmente o medo. A esperança da internet ser uma ferramenta autônoma fracassou. O seu acesso pelos telefones moveis também está veiculada a comunicação manipulada. Que nos resta?
Isso não é mais um discurso escatológico, mas penso no lugar que restou ao amor nisto tudo. E o que é o amor se não um discurso escatológico também.
E falando em amor, faltou um cargo a elx nesta bancada comunicativa.
Comunicar amor é como instalar um antiviruz no hardware deste processo manipulador. O amor dificilmente será manipulado. O amor mostra em sua tela a mais pura essência do corpo diretor que o comanda. É um canal aberto, público e de vínculo educacional. Acreditamos que o amor educará o mundo contra o acesso a informações de vias unas. O amor em transmissão não precisa ser uno e interage com o espectador, sempre que este procura o assistir. Vamos procurar assistir-lx mais.
Há quem acredite que Exú é o senhor dos caminhos. Ele comanda as entradas, as saídas e os meios. Um caminho não é somente um percurso físico. Da tristeza à felicidade existe um caminho, do desemprego ao trabalho existe um caminho, do ódio ao amor existe um caminho e assim por diante. Precisamos de um caminho que se construa ao caminhar de um paço a frente. Um caminho que leve pessoas à outras pessoas, que leve informação limpa, um caminho que possibilite sintonizar amor nas cabeças das pessoas. Este amor pode ser até uma emissora tendenciosa mas se é para escolher quem vai nos manipular, que sejam mil amores de mil formas, não sexistas, múltiplo, livre e horizontal, que acaba por ser uma excelente forma de se deixar manipular-se. Sintonizem o amor.
Revoculturamos, revoculturamamos, culturamar.